O Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (Common European Framework of Reference for Languages, CEFR, em inglês) é um documento que estabelece orientações minuciosas para o ensino de línguas.
Apesar de originalmente ter sido criado para os países da comunidade europeia, o documento passou a ser utilizado mundialmente para servir de referência para o desempenho linguístico de aprendizes de línguas. A ampla adesão ao CEFR se deve ao fato de que o projeto se baseia em critérios científicos rigorosos que de fato possibilitam o nivelamento do grau de conhecimento de uma pessoa em um determinado idioma.
De acordo com o documento, são seis os níveis de desempenho linguístico: A1 (iniciante), A2 (básico); B1 (intermediário), B2 (utilizador independente); C1 (proficiência operativa eficaz), C2 (domínio pleno).
As quatro habilidades (escuta, leitura, fala e escrita) são levadas em consideração na mensuração estabelecida pelo CEFR. Para informações detalhadas de cada um desses níveis, acesse: Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas (CEFR).
Neste artigo destacaremos o nível C2 e como este difere, ainda que sutilmente, do nível C1. De acordo com o documento, ambos os usuários C1 e C2 de uma determinada língua são considerados proficientes.
Mas então o que os difere? Qual seria exatamente a diferença entre proficiência operativa eficaz e domínio pleno?

O utilizador proficiente nível C1:

  • É capaz de compreender um vasto número de textos longos e exigentes, reconhecendo os seus significados implícitos;
  • É capaz de se exprimir de forma fluente e espontânea sem precisar procurar muito as palavras.
  • É capaz de usar a língua de modo flexível e eficaz para fins sociais, acadêmicos e profissionais.
  • Pode exprimir-se sobre temas complexos, de forma clara e bem estruturada, manifestando o domínio de mecanismos de organização, de articulação e de coesão do discurso. O utilizador proficiente nível C2, a seu turno:
  • É capaz de compreender, sem esforço, praticamente tudo o que ouve ou lê;
  • É capaz de resumir as informações recolhidas em diversas fontes orais e escritas, reconstruindo argumentos e fatos de um modo coerente.
  • É capaz de se exprimir espontaneamente, de modo fluente e com exatidão, sendo capaz de distinguir finas variações de significado em situações complexas.

A partir da análise dos descritivos apresentados pelo CEFR, podemos concluir que ambos os níveis C1 e C2 caracterizam aquele que está apto a utilizar o idioma em diferentes ambientes, que é eficiente, preparado e profundo conhecedor de determinado idioma.
O que realmente difere os dois e coloca o utilizador nível C2 em vantagem é que estar classificado neste nível implica domínio de diversas nuances, de sutilezas da língua. Além disso, o utilizador nível C2 tem segurança na utilização de estruturas e vocábulos altamente sofisticados, o que é tão raro tanto ao ambiente acadêmico quanto ao corporativo. Habilidades como construção e reconstrução de argumentos e a capacidade de se expressar com espontaneidade denotam altíssimo nível de conhecimento do
idioma.
A adoção do CEFR, no início dos anos 2000, teve extrema relevância para a padronização no nivelamento do grau de conhecimento linguístico, uma vez que a clássica divisão em: básico, intermediário, avançado se mostrava demasiadamente vaga.
Os exames internacionais de proficiência têm por base o Quadro Comum Europeu de Referência para Línguas, justamente em função do seu critério minucioso. Um erro comum é pensar que o documento se aplica somente ao inglês, sendo certo que O CEFR é aplicável ao nivelamento de diversos idiomas.
No Brasil, a grande maioria dos cursos de idiomas graduam seus alunos ao término do nível C1. Estudar conteúdos que dêem cobertura para uma certificação no nível C2 é um grande diferencial não só para o currículo, mas também para o desenvolvimento pessoal do aprendiz.

E você, sabe em que nível você está? Já pensou em ter nível C2 no seu idioma preferido?